sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulher: maravilha em prosa


Há homens (?) que agridem mulheres. Sóbrios, alcoolizados, drogados, propositadamente e, algumas vezes, para mostrar a força dos braços, ausência cerebral.
Esses seres brutalizados saem às ruas – ou mesmo nas próprias casas - a busca de suas presas. Sem escolher o alvo, preferem o ataque.
Qual seria a origem dessas atitudes? De onde vem a ânsia que faz vibrar a crueldade contra a beleza da espécie humana? Só pode ser medo de mulher.
Vamos convir: é difícil ao sexo “forte” admitir, mas homem tem medo de mulher. Tem medo, sim, apesar de todo o desejo, de toda a graça, de todo o charme que se deposita sobre ela, esse ser, maravilha, ora em verso, agora em prosa.
Seria essa a origem das marcas estabelecidas pela sociedade machista? É mulher que chora, que brinca de boneca, que não joga futebol e demais formas de reprimendas.
Mas não é de pranto – apesar da tamanha dor de palavras e pancadas – essa prosa. É de louvação a esse ser misterioso que o homem, talvez, jamais desvendará. Trata-se do mistério da vida. Faço prosa a todos os versos que cantam os encantos da mulher. Mulher rendeira, a mulher que passa, a mulher de óculos, a mulher esguia, a mulher cheinha, a amada amante, a mulher que educa, a mulher que se equilibra sobre saltos e tira de letra as diferentes situações a que a vida se lhe apresenta.
Falo das curvas de mulher – tão perigosas e acentuadas quanto as da estrada de Santos - das saliências, das reentrâncias, da sinuosidade, dos olhos que hipnotizam, que magnetizam. Falo de montes ostentadores de superfícies graciosas e das escuras cavernas guardadoras de segredos infindos.
Canto a prosa de um corpo formatador de novas vidas. Falo do primeiro abrigo de todo humano ser. Falo da hospedaria Otília Faria, meu primeiro acesso ao mundo. Calo-me diante da mulher, ser guerreiro, delicado descolonizador de corações.