segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DIA DO PROFESSOR


Hoje é dia do professor. A data anda meio esquecida – não pelos profissionais da área, mas por grande parte dos segmentos da sociedade brasileira.

Não é esse, certamente, o motivo para não celebrar – com júbilo – o fato de professar a profissão docente, que acontece no cotidiano das escolas, mesmo quando o mar pareça estar para poucos peixes.

É fato que alguns professores remam com os braços doridos, arrastados por ondas gigantes, solapados por ventos fortes, desanimados com a pesca diária. O arrastão nem sempre tem motivado a busca do bom pescado.

Há, também, aqueles que ainda vêem nos ventos oportunidades de mudanças e conseguem compreendê-las como necessárias à descoberta doutros mares, doutras terras, e, então, reaprender para decodificar outras cartas de navegação.

Há os que ainda se encantam com o mar, não menos do que com os peixes, e, nesse entrecruzar de encantamentos, tecem redes, trazem o pescado bom para o barco e o encaminha a inesperados destinos.

Um dia, desses marcados movimento da vida, no milagre da multiplicação dos peixes, o remador-ensinante encontra um peixe ali numa clínica, num escritório, numa loja, alguns na magistratura, na indústria, no esporte, no campo, e muitos outros que retornam ao grande oceano onde se aprendeu, para, então ensinar e atravessar canais, ondas e ventos novos.

Por isso, hoje é dia de festa e de vida! Dia do Professor, apesar das águas revoltas, dos peixes não fisgados e da própria necessidade de recuperar a identidade profissional. É feliz quem, ao viver da pesca, a ela dá, não tira o mar!

 

 

 

Texto originalmente publicado no Jornal Bom Dia Rio Preto – outubro de 2008

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