O cidadão, tomado de modo geral como cliente,
consumidor, paciente, e outros, está cada vez mais exigente e se atreve a
reclamar seus direitos: vai à luta, recorre a órgãos de defesa, a jornais, a rádios
e, de repente, num dado lugar ouve-se o grito de alguém que faz parte turba oprimida:
- Vou chamar a TV tem! Isto como se ela fosse a solução para todos os males.
Há, por outro lado, os clientes silenciosos.
Esses preferem seguir as instruções do famoso “é só aguardar”, e, cabisbaixos,
procuram seu lugar para se sentar engolindo sua indignação. Entretanto, no
silenciar das queixas, esses podem trocar de fornecedores.

As frases feitas das organizações, muitas
vezes soam, quase sempre, como ato mecânico dos atendentes, a exemplo do irritante
chavão, consagrado pelas recepcionistas de clínicas – é só esperar - acompanhados de vazio, quando de consultas ou de retornos
médicos.
O que se percebe, de modo geral, é a falta de
envolvimento, a insensibilidade no trato com a dor, com a angústia ou mesmo com
a inquietação provocada diante da necessidade de se manter vivo, ao que se
recebe, via de regra, tratamento modelizado. O paciente ratifica sua condição
de refém da fria recepção.
O que se reflete é que, sem paixão, sem dedicação, sem motivação real em
atender às necessidades apresentadas, em antecipar soluções, o relacionamento com
o cliente dilui-se em comportamentos burocráticos, gerador apenas de insatisfações. Quem
atende precisa, antes de tudo, ser, querer e saber. É preciso ser o abre-alas de relações
duradouras no mundo dos negócios, notadamente nessa Era da Qualidade, tempo de
criar e, sobretudo, manter clientes satisfeitos.
O comandante Rolim, da TAM, ao estender o
tapete vermelho para tratar o cliente como rei, sinalizava que se a empresa não
atender bem, preferencialmente na primeira vez, esse nunca voltará à
organização. Ele, certamente, não aguardava, nem sugeria que se aguardasse;
agia, com visão de futuro.
Enquanto isso, nas clínicas.... é só
aguardar...
Texto originalmente publicado no Jornal Bom
Dia, em 2009.
[...]
ResponderExcluirÉ difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
[...]
Cecília Meireles
Suas palavras traduzem Cecília Meireles, pois as pessoas só podem atender aos outros verdadeiramente bem, se puderem se colocar em seus lugares. E entender que a vida é sempre uma troca.
Muito obrigado pela sensibilidade de suas palavras, ao trazer Cecília Meireles ao debate. É assim a vida, Sílvia, um ir e vir, um fazer ou não fazê-lo.
ExcluirUm abraço