As idéias que vêm à cabeça quando
se fala sobre a escola, provavelmente,
ainda são: segundo lar, lugar de aprendizado, lugar da turma e das
amizades, e, ainda mais que isso, uma espécie de “centro de aquisição do
futuro”, por pior que a situação possa parecer. É de duvidar que alguém se
furte a pensar assim.
Engraçado como tudo isso, dificilmente torna
notícia na mídia, tão cristalizada em mostrar uma escola sem propósitos, sem piso,
sem esperanças. A escola que vende notícias entra em cena sem beleza, sem criatividade, sem saberes, nem
sabores.
O fato é que essas instituições
seculares têm suas histórias, seus “causos”, sua criatividade e uma capacidade
de improvisar, quando lhes faltam tanto. Os projetos de trabalho – de discursos
tão evidenciados – são pouco divulgados. Dentre tantos, elejo um fato pitoresco.
Um grupo de docentes debatia
sobre um projeto multidisciplinar, com foco na música enquanto espaço para
novas aprendizagens. Era o momento de decidir sobre a materialização dos trabalhos,
etapa posterior a horas de pesquisas, produções, enfim, a socialização dos
resultados à comunidade.
Encontrar uma pomba branca para a
apoteose do projeto, de repente, entrou na pauta. Pombas são aves que, como os
alunos, fazem parte do cotidiano escolar. Enquanto estes últimos vêm e vão,
aquelas preferem ficar, pois lá se alimentam, se aninham e procriam. Só que pombas brancas, são raras, inclusive
nas escolas.
Depois de tanta conversa, o humor
sobrepujou a criatividade: Professora, com tantas pombas rajadas que há,
algumas quase brancas, por que não utilizar pó de giz ou mesmo corretivo
líquido para “disfarçar” a tonalidade das penas e solucionar o caso?
São José do Rio Preto, 14 de
fevereiro de 2013.
Texto originalmente publicado no
Jornal Bom Dia em 2008
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