“Deus abalou o mundo com um bebê, e não
com uma bomba.”
CHARLES GRANT
2013. Um ano quase como todos os que já se passaram, não fosse pela
chegada de um bebê na família, para abalar corações. O pequeno Theo, nascido em
25 de fevereiro, completa, em seu primeiro Natal, dez meses.
Foram meses de diferença na vida de seus pais, de seus avós, de seus
tios, de seus bisavós e dos amigos de toda esta gente.
Então, eis que chega o Natal para o menino Theo. Quando ele passa pelo
portal de acesso da casa de seus avós maternos, um Papai Noel de barbas
encaracoladas, com seu gorro dourado, seus óculos de aros negros, sua pele
rosada, recebe o grito de alegria do garoto, a saudar o bom velhinho em sua
mais pura inocência da infância.
A nossa casa e a expectativa do Natal se transformam em alegria ímpar. É
o primeiro evento a contar com o mais novo integrante da família. Os olhos do
guri procuram pela felicidade que a infância consegue captar de maneira natural
e o Natal se vai desenhando de uma forma mais precisa, mais pura, mais
verdadeira.
De repente, como os padrinhos do menino tinham de viajar para passar o
Natal com a família da madrinha, era o momento de entregar o presente ao
afilhado. E lá foram os tios-padrinhos a participar do momento solene. Os olhos
da criança se encantavam com tudo o que via. Um carrinho-andador (não destes
proibidos), mas algo que estimula o bebê a, além de dar os primeiros passos, é
da série crescer brincando, o que envolve coordenação motora grossa e fina,
estimula habilidades cognitivas por meio da exploração e experimentação e,
ainda, promove a integração visoespacial, mediante a manipulação de peças.
Cá entre nós, o menino vai demorar um tempo para sacar tudo o que a
caixa traz escrito, mas que ele gostou muito, isto é fato imediato. A contar pelos
gritos dados, pela curtição em empurrar, a seu bel-prazer, o presente ganho.
Coube à vovó Sueli, a vovoluca, carinhosamente tratada pela filha-mãe, a
escolha de um presente para o neto, o primeiro, assim significativo, sem
ostentação, como preferem os pais do menino. Pois bem, feitas as escolhas, o baby car homeplay começou a rodar pela
casa a partir da abertura da grande caixa. O presente fez o efeito desejado:
passear com o proprietário em seu primeiro carrão. Sem nenhuma instrução sobre
a utilização do veículo pelo fabricante, na caixa, por exemplo, utilizando a
tração humana, iniciou-se a saga do presente para carregar o menino e sua
alegria por diferentes espaços.
Para esperar o Natal, o bebê partiu para um passeio com os avós. Foram
para uma praça da cidade, onde se pratica esportes em aparelhos comunitários, e
ainda se passeia com pequenos animais, se senta à praça para tomar uma água de
coco, comer um milho verde.
A praça estava vazia. Talvez os preparativos para as distintas ceias
natalinas afugentaram as pessoas de suas malhações. Era a hora de malhar o
pernil, o peru, ou outras guloseimas. E fomos divertir o e com o menino.
A cada aparelho de ginástica que ele via era uma alegria. Uma alegria
captada por uma câmera digital da vovó. E a hora foi passando e o menino a tudo
curtia, alegremente e prestava atenção a cada detalhe, a seu modo de ver as
coisas com as quais ele constroi seu universo infantil.
Enfim, a noite chegou e encontramo-nos em meio a abraços largos e
sorrisos tantos e maiores que aqueles, na ceia de Natal, entre amigos, tios, primos,
avós e bisavós por parte de pai do pequeno Theo, num ambiente acolhedor, digno
da celebração do aniversário de Cristo. E foram tantas as alegrias que o menino
a todas observava carinhosamente, encantado entre luzes e afetos emanados pelas
pessoas que ali se irmanavam para a grande festa.

Foi muito bom viver o primeiro Natal com o nosso neto. Com os nossos
amigos. Foi ótimo partilhar alegria, carinho, amor e dividir o neto com os
outros parentes do menino, no mesmo ambiente. Foi maravilhoso ouvir o
depoimento de nossa filha de que o Natal surgia com outro sentido no que ainda
restava do ano de 2013. É evidente que ela esteja, de fato, ciente de que a
magia adicional chegou a sua vida. Natal é tempo de celebrar com a família. E, a chegada do bebê para os pais Liza e Paulinho, sinaliza isto, apesar de o garoto ainda pouco compreender estes significados. Incluí-lo na festa, eis aí o grande
ensinamento e isto ele aprenderá ano a ano.
Mais do que presentes, estar presente, talvez o grande aprendizado do
primeiro Natal de Theo. E ele esteve lá: firme, forte, sorridente.
Fico com as palavras de Rainer Maria Rilke para as considerações finais
sobre este Natal de dois meninos: o menino Theo e o menino-aniversariante: “Isso
é Natal, sentir no peito uma vez por ano a expectativa, a esperança inabalável,
de que o adulto, ora vigorando em nós, nos quer surpreender, não um pouco, não,
muito, com o infinito.”
São José do Rio Preto, 25 de dezembro de 2013. Dez meses do menino Theo,
com os parabéns do vovolisio.